domingo, 29 de abril de 2012

Justiça Social: que postura devemos tomar na contemporaneidade?










Em 23/04, o indiano Amartya Sen proferiu palestra na sala Sala São Paulo, evento que tive o prazer de presenciar, e trouxe comigo pelo menos duas certezas: que a pobreza é privação de liberdade e que o Brasil apesar de despontar como uma das lideranças mundiais, ainda tem muita gente em situação de privação de liberdade, ao menos 16 milhões. Confira a programação anual do Projeto Fronteiras do Pensamento, no link acima.

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2012

Foco na análise da
contemporaneidade e
perspectivas para o futuro,
tendo como valores básicos
o pluralismo das abordagens
e o rigor acadêmico e intelectual
de seus convidados.

domingo, 15 de abril de 2012

Descentralização Tentacular



A descentralização das ações culturais na cidade de São Bernardo do Campo se constitui em importante estratégia de combate ao clientelismo assistido em vários outros lugares deste imenso país. Basta acompanhar o noticiário nacional para perceber como boa parte dos agentes públicos encontra-se sequestrado pelos criminosos do colarinho branco. Mesmo aqueles que, outrora, defendiam com discurso acalorado a proteção à República. Desmantelar a relação promíscua que reina entre os entes da administração pública e os Alcapones do século XXI é um grande desafio para os eleitores brasileiros nestes próximos 20 anos. Como? Exigir ficha limpa para todas as funções públicas e o financiamento público das campanhas eleitorais, são práticas essenciais para colocar o servidor público a serviço da população. A prefeitura de São Bernardo inova ao colocar a disposição da população editais, visando a seleção de espetáculo cultural e também para uso dos espaços públicos, a exemplo os teatros que podem ser usados por qualquer pessoa jurídica ou física mediante projeto avaliado por comissão externa à Secretaria de Cultura. No entanto, essas ações não são suficientes para dar sustentação à política de descentralização, a administração precisa materializar essas ações por meio da construção de Centros Culturais nas regiões mais afastadas do centro, e assim consolidar a prática. Sem isso a descentralização,   de fato, perde força e ganha aspectos de descentralização tentacular. O jardim Represa é um ótimo observatório, basta lembrar que durante todo o ano de 2009, eram comuns eventos culturais na Pça. São Judas Tadeu, um simples remanejamento da equipe foi suficiente para ficar parado dois anos. Só agora em 2012 retomou-se a prática de reunir artistas locais para promover eventos às quintas-feiras. A hora de propor a construção do Centro Cultural no Jd. Represa é agora, já que a população vai ter a oportunidade de eleger três prioridades na reunião do Orçamento Participativo que ocorrerá em 28/04, às 9h, na EMEB Isidoro Batistini, à Estrada Galvão Bueno.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

DESESCOLARIZAÇÃO DO ENSINO: ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS


Os resultados de avaliações internas e externas à escola indicam que a metodologia utilizada pela escola não tem surtido o efeito esperado, ou seja, as crianças não aprendem se quer o mínimo esperado para a idade série. É verdade que a escola e seus profissionais têm se empenhado em reverter esse quadro de extrema desordem na composição e legitimação do ensino formal. Mas como erros são passíveis a todos, não temos como excluir a escola de uma sequência de erros primários, entre eles, está o de entender que é a única e legítima fonte de produção do conhecimento. A produção do conhecimento deve ser compreendida por escola e familiares como uma espécie de carrossel: onde cada cadeirinha significa um posto de produção do conhecimento, a escola é apenas um deles. Encontra-se no mesmo nível que a família, a igreja, as relações sociais, as associações, os centros culturais, os espaços de convivência e as manifestações culturais tradicionais. Neste panorama cabe a escola considerar e protagonizar todo conhecimento trazido sistematicamente todos os dias pelo alunado.  A escola deve considerar, sobretudo, os aspectos relacionados às diversidades, sejam elas: sociais, culturais, étnicas, e econômicas. Para a partir daí compor um currículo voltado para a maioria.

Comunicação comunitária integra projetos sociais no jardim Represa


A Associação de Movimento Integrado de Reivindicações Populares – AMIRP, e Associação Cultural Jardim Represa, articulam integração de projetos sociais no campo da comunicação comunitária. A AMIRP desenvolve por meio do Ponto de Cultura João Santiago, um jornal que tem como preocupação inicial levar ao conhecimento da população as dificuldades vividas pela comunidade e, sobretudo, protagonizar os jovens participantes. A Associação Cultural colocou no ar uma rádio comunitária, Represa FM 87,5, que tem como objetivo principal levar informações ligadas às comunidades do entorno do grande Batisitini. Em visita ao local os jovens do projeto Ler a Vida, que produzem o Jornal Folha Verde, declararam que essa é uma oportunidade ímpar, o fato de possuírem no bairro dois veículos de comunicação tão importantes. Guilherme da Silva Tavares diz que: “poder participar do projeto Ler a Vida, produzir um jornal e ainda conhecer o estúdio de uma rádio, mostrou-se muito importante, tanto para mim quanto para meus colegas e, sobretudo, para a região”

Escola e comunidade: uma relação orgânica?


Ao abordarmos a relação entre escola e comunidade verificamos que há ainda muito que fazer na direção de construir uma relação sólida e, sobretudo, honesta. Porque o discurso em torno da qualidade do ensino nas escolas da rede pública do Estado de São Paulo, tem seguido várias linhas diferentes. No entanto nenhuma delas chama tanto a atenção quanto aquela adotada pela mídia e reproduzida pelas famílias dos nossos educandos: que a escola pública não presta ou que os professores são pouco comprometidos, é bem verdade que, como em qualquer outra profissão, tenha profissionais diferenciados, oscilando entre excelentes e ruins. Assim sendo, é chegado o momento da escola e da comunidade adotar o mesmo discurso, ambas ressaltando a importância da escola e dos profissionais de educação, bem como da família para a composição social de uma nação. Ao invés de adotarem posições antagônicas em torno da educação dos pupilos. Ao afinar o discurso, certamente, conseguiremos avançar com mais solidez em direção à escola, de fato, inclusiva e universalizada. Em oposição ao que se assiste hoje: dois mundos se digladiando por falta de diálogo.