Congo
Pingo de chuva,
Que pinga,
Que pinga,
Pinga de leve
No meu coração.
Pingo de chuva
Tu lembras a canção,
Que um preto cansado,
Cantou para mim,
Pingo d chuva,
A canção é assim
Congo meu Congo
Aonde nasci
Jamais voltarei
Disto bem sei
Congo meu Congo
Aonde nasci...
Trindade, Solano (1908 -1974)
Poemas antológicos de Solano Trindade/Editora Nova Alexandria, São Paulo, 2007/Coleção Obras antológicas. P.145.
Ainda hoje pude experimentar a sensação do fantástico e do inusitado por meio da leitura dos poemas de Trindade, além de compreender a emergência de se resgatar a memória de quem muito fez por este país, porque: "Eu canto aos Palmares/ sem inveja de Virgílio de Homero/ e de Camões/ porque o meu canto/ é o grito de uma raça/ em plena luta pela liberdade!" Trindade, p 137. Esta estratégia de leitura se apega ao ato de pescar o verso e proclamar ao ouvido do outro, em outras palavras refere-se ao processo de dar e receber à medida que você se permite absorver o que o outro tem a oferecer.
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