Quando falo de leitura para meus alunos, sempre busco idealizar a leitura como um feito mágico. Onde posso me envolver nos mais diversos pensamentos, sem fobia e reviver momentos de verdadeira harmonia entre passado e futuro; entre realidade e fantasia; entre amor e ódio; entre a paz e a guerra; entre a felicidade e a desilusão; entre você e o seu mundo . Hoje fiz a leitura de um poema de José Paulo Paes, ao qual vou pedi licença para reproduzir aqui.
Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes. Poemas para brincar.
São Paulo: Ática, 1997. p.3.
Trago essa poesia apenas para ilustrar minhas ideias acerca da leitura. Penso que a leitura não pode ser atrelada a uma obrigatoriedade, nem mesmo associá-la à nota, porque acaba levando o leitor para uma impressão equivocada da leitura, contrária ao prazer da leitura, de fato. Nós enquanto mediadores da leitura devemos sugerir ao nosso público-alvo um caminho de volta ao momento da vida em que ele gostou de ler. Neste espectro aproveito para lançar uma pergunta: quando e quem o iniciou no mundo da leitura? A resposta a essa pergunta é o ponto de partida para a retomada do mediador de leitura.
Tenho elaborado algumas estratégias que visam colocar o leitor em contato com os mais diversos gêneros, por último dispus uma série de resenhas fixadas nas carteiras da minha sala, visando o despertar para a leitura de alguma delas, o que já é um bom começo. Não são raras as vezes que vejo alunos debruçados sobre elas, chego a disfarçar para não afugentá-los, porque se perceberem que eles estão sendo fisgados reagem e não se deixam levar.
Iniciativa válida e inteligente.
ResponderExcluir