segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lição de Casa

Os questionamentos em torno dos procedimentos educacionais têm chamado bastante a atenção nos últimos 25 anos, período que coincide com o fim da ditadura militar no Brasil e o início de um governo democrático. Coincide também com um significativo avanço nas políticas neoliberais retomadas pelos governos norte americano e inglês na década de oitenta, Ronald Reagan e Margareth Thatcher (a dama de ferro), respectivamente. O fim da ditadura no Brasil revelou o fracasso da pedagogia tecnicista, com o advento da abertura de mercado, que passou a exigir mão de obra qualificada. E o avanço das políticas neoliberais, entre elas a prática de empréstimo para o desenvolvimento da educação mediante a apresentação de metas. Assim foi dada a largada para a corrida que objetivava a universalização do acesso ao ensino básico. "Lugar de criança é na escola", diziam os mais ávidos por recursos do Bird (Banco interamericano para o desenvolvimento). É aí que reside os princípios gestacionais da política da progressão continuada. Que agora faz suas ilustres vítimas. O desinteresse no ensino médio está no fato de: primeiro o discurso da família e dos professores, na prática não se confirmam nem de longe, "para ser alguém na vida tem que estudar". Só se for no País das Maravilhas, porque com esse atual formato de ensino médio é impossível. Segundo o próprio termo "ensino médio" já é uma vergonha, diria o nobre Boris Casoy. O indivíduo passa, em média, 11 anos na escola para quê, nada? Sim, porque nem tem uma profissão para ingressar no mercado de trabalho, nem tem condições de ingressar em curso superior, esse gargalo tem de ser resolvido ou as estatísticas de evasão tenderão a aumentar cada vez mais. O caminho é (re)signifar o ensino secundário, especialmente, a 3ª série. Esta deve oferecer ao educando uma formação voltada para o mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que o direciona para uma formação superior da sua preferença, com ingresso direto, a nota final servirá para dizer em qual universidade ele vai continuar seus estudos. A não integração do ensino como um todo, significa a vitória da minoria organizada que domina este país há mais de 500 anos.

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